Qual a maior virtude do ser humano?
O ser humano é dotado de virtudes e dons, mas entre todos qual é a maior?

Já o Catecismo da Igreja Católica, no
número 1.822, descreve o amor desta forma: “A caridade é a virtude
teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e a
nosso próximo como a nós mesmos, por amor de Deus”. Então podemos
entender que o termo “caridade” resume o primeiro e o maior de todos os
mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si
mesmo.
Mas como praticar essa virtude?
- “A caridade é paciente”.
A paciência é a “virtude que nos faz suportar com resignação a maldade,
as injúrias, as importunações. Esperar com calma”. Como me comporto
diante dos defeitos do outro? Julgo-o, condeno-o e comento com os
demais? Ou me preocupo com ele, rezo por ele e busco ajudá-lo? Quando
procuramos conhecer nossas fraquezas e limites temos um novo olhar para o
outro. Observe seus pecados, veja o quanto você luta para não
cometê-los; assim, quando vir o outro errar, pense que ele está na mesma
luta que você.
- “A caridade é benfazeja”.
Benfazejo é a característica de quem pratica o bem, ou seja, de quem
“põe a mão na massa”. Pergunte-se agora se suas práticas com as pessoas
são boas. Tenho algumas dicas para você: comece lavando a xícara que seu
colega deixou suja, pegando a roupa do varal para sua mãe ou esposa,
sendo educado e gentil com todos.
- “A caridade não é invejosa”.
Inveja não é somente desejar o que o outro tem, mas também quando não
colaboramos para que o outro tenha algo. Quando ouvimos um elogio sobre
alguém e começamos a expor as limitações desta pessoa ou quando somos
pessimistas ao ouvirmos os sonhos e planos alheios. Promova o outro,
busque sempre algo de bom nas pessoas ao falar delas, mesmo que elas
tenham muitos defeitos; afinal, todos temos qualidades.
- “A caridade não é presunçosa”.
Muitas vezes, empolgados por uma conquista ou por futilidades que
vivemos, achamos que somos poderosos, que não precisamos de ninguém. A
presunção é um mal que corrói os relacionamentos. Reconhecer o esforço
de nossos pais, permitir que amigos nos corrijam, e reconhecer que
precisamos de ajuda é essencial. Ser caridoso também é permitir que o
outro participe da nossa vida.
- “A caridade não é orgulhosa”.
Orgulho é quando nos achamos superiores ao outro. Enquanto a presunção é
julgar que não precisamos do outro; o orgulho é nos exaltar de tal
forma que acreditamos que nossas qualidades sejam sempre superiores às
das outras pessoas. Aceite a opinião do outro, reconheça suas
qualidades, mas também seus defeitos. Exponha suas ideias, mas aceite se
a ideia do outro for melhor ou diferente.
- “A caridade não é interesseira”.
Por que me aproximo das pessoas? Por que as ajudo? Você já fez algo por
alguém e na hora pensou em algo que essa pessoa poderia fazer por você
depois? Eu já! O interesse é totalmente contrário à caridade por colocar
em xeque a gratuidade do ato. O Evangelho de São Lucas 6, 32 nos alerta
sobre esse mal: “Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa
tereis?”. Amar os que nos amam já traz o pagamento no amor recebido de
volta, porém, a real caridade é quando amamos aqueles que falam mal de
nós ou não nos querem por perto.
- “A caridade não se encoleriza”. Encolerizar-se
é se encher de raiva e rancor; e um dos frutos da caridade é a
mansidão. Ser manso, muitas vezes, é ser visto como uma pessoa boba e
sem atitude; mas isso não é real. A mansidão é justamente saber o limite
do que posso ou não em relação ao outro. É não responder às ofensas com
a mesma moeda; é esperar o tempo do outro para conversar, não agredir
ou alimentar o desejo de vingança. Não podemos viver uma vida reféns de
um sentimento, peçamos que o Espírito Santo venha sobre nossos
sentimentos. E queiramos agir de modo diferente, não nos orgulhemos de
ter o “pavio curto”, mas desejemos a mansidão, que é um fruto da
caridade.
Enfim, a caridade é a porta para um
verdadeiro relacionamento com Deus e com o próximo. Diante de tantas
características apresentadas, você pode pensar como vai conseguir viver
todas elas. Calma! A caridade é paciente, comecemos por isso, tenhamos
paciência com nós mesmos. Com a ajuda desse texto, e tudo o que foi
vindo ao seu coração, faça um bom exame de consciência e busque se
dedicar a um aspecto da caridade, depois passe para outro; e assim por
diante. O importante é que não paremos em nossos limites, pois viver a
caridade é abrir espaço em nossa vida para as alegrias do céu.
Leia a vida dos santos da Igreja, cada
um viveu de forma pessoal a caridade cristã. Certamente podemos aprender
com eles as várias faces dessa virtude sublime.
Que São Vicente de Paulo, o santo da
caridade, possa nos inspirar a amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a nós mesmos.
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