Festa de Halloween
Significado da festa de Halloween
Desde os primeiros séculos a Igreja reza
pelos falecidos. No segundo livro de Macabeus, da Bíblia, encontramos
esta recomendação: “É coisa santa e salutar lembrar-se de orar pelos
defuntos, para que fiquem livres de seus pecados”. (2Mac 12,46)
O Halloween é uma festa muito comum nos
EUA e Europa e é celebrada no dia 31 de Outubro. A comemoração veio dos
antigos Celtas (povo que habitava a Grã-Bretanha a mais de 2000 anos
atrás). Os Celtas realizavam a colheita nessa época do ano, e, segundo
um antigo ritual, os espíritos das pessoas mortas voltariam à Terra
durante a noite, e queriam, entre outras coisas, se alimentar e assustar
as pessoas.Com isso, os Celtas costumavam
se vestir com máscaras assustadoras para afastar estes espíritos. Esse
episódio era conhecido como o “Samhaim”. Com o passar do tempo, os
cristãos chegaram à Grã-Bretanha, converteram os Celtas. Com isso, a
Igreja Católica transformou este ritual pagão, em uma festa religiosa.
Ela passou a ser celebrada nesta mesma época e, ao invés de honrar
espíritos e forças ocultas, o povo recém catequizado, deveria honrar os
santos, daí veio o “All Hallows Day”: o Dia de Todos os Santos. Mas, a
tradição entre estes povos continuou, e além de celebrarem o Dia de
Todos os Santos, eles celebravam também a noite da véspera do Dia de
Todos os Santos com as máscaras assustadoras e com comida. A noite era
chamada de “ All Hallows Evening”, abreviando-se, veio o Halloween.
Vemos assim que a tradição de comemorar
as bruxas ou outros espíritos, não é cristã e deve ser evitada, ainda
que tenha apenas uma conotação folclórica. Devemos, sim, celebrar o dia
de todos os Santos. (*Revista Pergunte e Responderemos, n..464/2001,
pág.47s)
O dia de Finados
É uma antiquíssima tradição da Igreja
Católica rezar por todos os fiéis falecidos no dia 2 de novembro. A
todos os que morreram “no sinal da fé” a Igreja reserva um lugar
importante na Liturgia: há uma lembrança diária na Missa, com o Memento
(= lembrança) dos mortos, e no Ofício divino. No dia de Finados a Igreja
autoriza que cada sacerdote possa celebrar três Missas em sufrágio das
almas dos falecidos. Essa foi uma concessão do Papa Bento XV em 1915,
quando durante a Primeira Guerra Mundial, julgou oportuno estender a
toda Igreja este privilégio de que gozavam a Espanha, Portugal e a
América Latina desde o séc. XVIII.
Os primeiros vestígios de uma comemoração
coletiva de todos os fiéis defuntos são encontrados em Sevilha
(Espanha) no séc. VII, em Fulda (Alemanha) no séc. IX. A comemoração
oficial dos falecidos é devida ao abade de Cluny, santo Odilon, em 998,
mas, muito antes, em toda parte se celebrava a festa de todos os santos e
o dia seguinte era dedicado a memória dos fiéis falecidos. Mas o fato
de que milhares de mosteiros beneditinos dependessem de Cluny favoreceu a
ampla difusão da comemoração. Depois em Roma, em 1311, foi sancionada
oficialmente a memória dos falecidos.
A Tradição da Igreja está repleta de
ensinamentos sobre a oração pelos mortos. S. João Crisóstomo (349-407),
bispo e doutor da Igreja, já no século IV recomendava orar pelos
falecidos:
“Levemos-lhe socorro e celebremos a sua
memória… Porque duvidar que as nossas oferendas em favor dos mortos lhes
leva alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em
oferecer as nossas orações por eles” (Hom. 1Cor 41,15). “Os Apóstolos
instituíram a oração pelos mortos e esta lhes presta grande auxílio e
real utilidade” (In Philipp. III 4, PG 62, 204).
Tertuliano (†220) – Bispo de Cartago,
diz: “A esposa roga pela alma de seu esposo e pede para ele refrigério, e
que volte a reunir-se com ele na ressurreição; oferece sufrágio todos
os dias aniversários de sua morte” (De monogamia, 10).
Tertuliano atesta o uso de sufrágios na
liturgia oficial de Cartago, que era um dos principais centros do
cristianismo no século III: “Durante a morte e o sepultamento de um
fiel, este fora beneficiado com a oração do sacerdote da Igreja”. ( De
anima 51; PR, ibidem)
São Cipriano (†258), bispo de Cartago,
refere-se à oferta do sacrifício eucarístico em sufrágio dos defuntos
como costume recebido da herança dos bispos seus antecessores (cf.
epist. 1,2). Nas suas epístolas é comum encontrar a expressão: “oferecer
o sacrifício por alguém ou por ocasião dos funerais de alguém”.
(Revista PR, 264, 1982, pag. 50 e 51; PR ibidem)
Falando da vida de Cartago, no século III, afirma Vacandart:
“Podemos de certo modo conceber o que
terá sido a vida religiosa de Cartago em meados do século III. Aí vemos o
clero e os fiéis a cercar o altar… ouvimos os nomes dos defuntos lidos
pelo diácono e o pedido de que o bispo ore por esses fiéis falecidos;
vemos os cristãos… voltar para casa reconfortados pela mensagem de que o
irmão falecido repousa na unidade da Igreja e na paz do Cristo.” (Revue
de Clergé Français 1907 t. Lil 151; PR, ibidem)
São Cirilo, bispo de Jerusalém (†386),
disse: “Enfim, também rezamos pelos santos padres e bispos e defuntos e
por todos em geral que entre nós viveram; crendo que este será o maior
auxílio para aquelas almas, por quem se reza, enquanto jaz diante de nós
a santa e tremenda vítima”(Catequeses. Mistagógicas. 5, 9, 10, Ed.
Vozes, 1977, pg. 38).
Não só é coisa santa rezar pelos
falecidos, mas o dia de finados é uma oportunidade para todos refletirem
sobre a morte: “Bem-aventurado o homem que, quando o Senhor vier
buscá-lo, estiver preparado”.
O Catecismo da Igreja lembra que:
“Reconhecendo cabalmente esta comunhão de todo o corpo místico de Jesus
Cristo, a Igreja terrestre, desde os tempos primevos da religião cristã,
venerou com grande piedade a memória dos defuntos…”(CIC, § 958)
“A nossa oração por eles [no Purgatório]
pode não somente ajudá-los, mas também torna eficaz a sua intercessão
por nós”. (CIC, § 958)
Falando dos falecidos disse um dia o Papa
João Paulo II: “Numa misteriosa troca de dons, eles [no Purgatório]
intercedem por nós e nós oferecemos por eles a nossa oração de sufrágio.
“ ( LR de 08/11/92, p. 11)
“A tradição da Igreja exortou sempre a
rezar pelos mortos. O fundamento da oração de sufrágio encontra-se na
comunhão do Corpo Místico… Por conseguinte, recomenda a visita aos
cemitérios, o adorno dos sepulcros e o sufrágio, como testemunho de
esperança confiante, apesar dos sofrimentos pela separação dos entes
queridos” (LR, n. 45, de 10/11/91).
Portanto, o Papa João Paulo II deixou bem
claro que as almas do Purgatório também rezam por nós. E mostrou também
que é importante ir ao Cemitério e enfeitar os túmulos dos falecidos
como sinal de nossa esperança na ressurreição.
Prof. Felipe Aquino - Canção Nova
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