A mais antiga oração de Nossa Senhora
Esta oração conhecida com o nome “Sub tuum praesidium” (À vossa
proteção) é a mais antiga oração a Nossa Senhora que se conhece. Tem ela
uma excepcional importância histórica pela explícita referência ao
tempo de perseguições dos cristãos (Livrai-nos de todo perigo) e uma
particular importância teológica por recorrer à intercessão de Maria
invocada com o título de Theotókos (Mãe de Deus).
Este título é o mais belo e importante
privilégio da Virgem Santíssima. Já no século II, era dirigido à Maria e
foi objeto de definição conciliar em Éfeso no ano de 431. Maria, Mãe de
Deus! Qual é, na mente da Igreja e da Tradição, o genuíno e profundo
sentido deste dogma mariano central?São
Tomás afirma que pelo fato de ser mãe de Deus: “A Bem Aventurada Virgem
Maria está revestida de uma dignidade quase infinita, a causa do bem
infinito que é o mesmo Deus. Portanto, não se pode conceber nada mais
elevado que ela, como nada pode haver mais excelso que Deus”(Suma
Teológica 1, q.25, a.6 ad 4.). E, de acordo com o Catecismo da Igreja
Católica.
Denominada nos Evangelhos “a Mãe de Jesus” (João 2,1;19,25[a72]),
Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento
de seu Filho, como “a Mãe de meu Senhor” (Lc 1,43). Com efeito, Aquele
que ela concebeu Espírito Santo como homem e que se tornou
verdadeiramente seu Filho segundo a carne não é outro que o Filho eterno
do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que
Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (CIC 495)
O Concílio de Éfeso tem a glória de ser o grande Concílio Mariano,
pois seu dogma destruiu a maior heresia contra a Virgem e pôs a pedra
angular de toda a Mariologia. A igreja com o decorrer do tempo iria
descobrindo os grandes tesouros encerrados na Maternidade Divina de
Maria.
Porém, é necessário compreender o que a Igreja quer dizer quando fala
em Maria como mãe de Deus. Jesus Cristo, segunda pessoa da santíssima
Trindade, existe desde toda a eternidade. Ele procede do Pai por uma
geração espiritual, na qual não intervém evidentemente nenhuma criatura
humana. Portanto, Maria não é mãe do Filho de Deus quanto à sua origem
divina, mas é mãe do “verbo encarnado”, do Filho de Deus feito homem.
Convém ainda recordar que esta questão já foi tratada na era
patrística, isto é, no Cristianismo primitivo. De fato, Nestório, bispo
de Constantinopla, negava o título de “Theotokos” (“Mãe de Deus”) a
Maria. Nestório sabia muito bem que isto significava a consequente
negação da natureza de Cristo, homem e Deus.
A mesma história patrística mostra a forte reação dos cristãos contra
Nestório, que resultou no Concílio de Éfeso, no ano de 431,
reconhecendo a legitimidade do título de Mãe de Deus, dado a Maria, e
condenando as ideias nestorianas.
Por Diácono Inácio de Almenida EP.Fonte: Gaudium Press
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