Padre explica o que a Igreja católica pensa sobre a guerra
Sacerdote ressalta necessidade de esperança e um desejo cada
vez mais contrário à guerra como instrumento de solução dos conflitos
“Bem-aventurados os que promovem a paz” (Mt 5,9)
No número 2302 do Catecismo da Igreja
Católica lemos: “Ao lembrar o preceito ‘Tu não matarás’ (Mt 5,21), Nosso
Senhor pede a paz do coração e denuncia a imoralidade da cólera
assassina e do ódio.” O Senhor disse: ‘Todo aquele que se encolerizar
contra seu irmão terá de responder no tribunal’” (Mt 5,22).
Toda forma de ódio, de vingança, de
violência contra o irmão é um mal e contrária à caridade. O
reconhecimento da dignidade do ser humano exige a paz, o respeito aos
irmãos e o cultivo da fraternidade e da vida, “obra da justiça” (Is
32,17) e efeito da caridade.
Ainda nos números 2307 e 2308, o
Magistério denuncia de modo veemente toda forma de violência: “O quinto
mandamento proíbe a destruição voluntária da vida humana. Por causa dos
males e das injustiças que toda guerra acarreta, a Igreja insta cada um a
orar e agir para que a Bondade Divina nos livre da antiga escravidão da
guerra. Cada cidadão e cada governante deve agir de modo a evitar as
guerras. Enquanto, porém, houver perigo de guerra, sem que exista uma
autoridade internacional competente e dotada de forças suficientes, e
esgotados todos os meios de negociação pacífica, não se poderá negar aos
governos o direito de legítima defesa”.
O Papa João XXIII, na encíclica Pacem in Terris,
afirma que os conflitos devem ser resolvidos pela negociação e não pela
guerra (126). De forma mais contundente, afirma ainda: “Torna-se
absurdo sustentar que a guerra é um meio apto para repor o direito
violado” (127). A constituição pastoral Gaudium et Spes
condena radicalmente toda ação bélica levada a cabo por qualquer tipo
de armamento com a destruição massiva (GS 80). Portanto, existe uma
condenação explícita da guerra total. Para o Magistério, o objetivo de
todas as nações deve ser a eliminação de toda guerra (GS 82).
O Papa Francisco, na oração do Ângelus do dia 27 de julho de 2014, fez um apelo para que cessem os confrontos,
as guerras através de “um diálogo paciente e corajoso” em prol da paz.
“Peço-vos, de todo o coração: por favor, parem (os ataques). É tempo de
parar”, exclamou o Pontífice. E ainda: “Peço que se unam em minha prece
para que o Senhor conceda às populações e às autoridades destas regiões a
sabedoria e a força necessárias para que seja obtido com determinação o
caminho da paz”.
O Papa citou a dor das pessoas que vivem em guerra destacando a
situação das crianças: “Nunca a guerra. Penso sobretudo nas crianças,
das quais se tira a esperança de uma vida digna, de um futuro: crianças
mortas, crianças feridas, crianças mutiladas, órfãs, cujos brinquedos
são resíduos bélicos, crianças que não sabem sorrir. Parem, por favor!
Peço-vos de todo o coração. É hora de parar! Parem, por favor!”.
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