NOTA DA CNBB SOBRE O MASSACRE NO COMPLEXO PENITENCIÁRIO DE MANAUS
A Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil – CNBB, através da sua Presidência, manifesta seu repúdio
e sua indignação diante do massacre de presos ocorrido, no Complexo
Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus (AM). Nós nos unimos ao arcebispo de
Manaus, Dom Sérgio Castriani, e à Pastoral Carcerária, para reafirmar a defesa
incondicional da vida dos encarcerados e a solidariedade com as suas famílias.
“Manifestamos nosso repúdio contra a mentalidade daqueles que banalizam a vida
achando que a mesma é descartável e que se pode matar e praticar todo tipo de
crime e violência contra os cidadãos” (Nota Pública da Arquidiocese de Manaus).
O Papa Francisco, na
audiência geral desta quarta-feira, 4 de janeiro, referindo-se a esse massacre,
afirmou: “Renovo o apelo para que as prisões sejam lugares de reeducação e
reinserção social, e que as condições de vida dos reclusos sejam dignas de
pessoas humanas”. Nestes três pilares mencionados pelo Papa, estão construídas,
há muitos anos, a posição e solicitude da Igreja, diante da realidade de vida
dos encarcerados no Brasil: a reeducação, a reinserção social e o respeito pela
dignidade humana.
A Igreja tem oferecido a
sua contribuição para defesa da dignidade dos encarcerados e promoção da
justiça social. Por intermédio da CNBB, manifesta sua disposição de continuar
trabalhando, para que se implante uma segurança que proporcione condições de
vida pacífica para os cidadãos e para as comunidades.
A Pastoral Carcerária
acompanha as unidades prisionais em todo o País e tem, reiteradas vezes,
chamado a atenção para os graves problemas do sistema penitenciário: a
superlotação e a falta de estrutura das unidades prisionais, a privatização dos
presídios, a necessária reeducação e reinserção social dos presos. Nos últimos
anos, a Pastoral Carcerária tem insistido na elaboração e execução de Políticas
Públicas que contemplem o revigoramento das Defensorias Públicas, Ouvidorias e
Corregedorias autônomas, bem como o controle externo das políticas
penitenciárias no País.
Pedimos às autoridades
competentes a rigorosa apuração dessa tragédia, na sua complexidade conjuntural
e estrutural, e, acima de tudo, a busca de um sistema penitenciário mais justo,
digno e humano.
Solidários com as
famílias das vítimas desse massacre, rezemos, com o Papa Francisco, “pelos
detentos mortos e vivos, e também por todos os encarcerados do mundo, para que
as prisões sejam para reinserir e não sejam superlotadas”.
Brasília-DF, 4 de
janeiro de 2017
Dom
Sergio da Rocha
www.carcerária.org.br
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