A vaidade no púlpito

     "Erros não se consertam porque não são objetos. erros deixam grandes marcas na vida de quem pratica e de quem sofre..." Esta mensagem no Whatssap me fez olhar bem no fundo de mim mesmo.

    Apesar de saber que quando sou enviado para pregar devo confiar na ação do Espírito Santo, me preocupo muito com o que vou dizer no púlpito; onde palavras são muitas vezes jogadas como "plumas ao vento", e dificilmente conseguiremos juntá-las depois. Acho que, quando nos sentimos seguros de mais, o púlpito pode ser um veículo muito tentador para nós pregadores, aconselho que deixemos de reserva sempre uma pontinha de pavor interior a exemplo de Jesus no "Getsêmani". Particularmente, apesar de 15 anos de prática, ainda fico de mãos geladas quando me ponho diante dele... e pretendo me manter assim porque dessa forma me lembro quem realmente sou e  o quanto preciso do abrigo e auxílio do Espírito Santo. Cada pregação que faço me pergunto: "E agora Antonio? Está pronto mesmo para praticar o que pregou?". Eis o motivo do calafrio que sinto na espinha antes e depois: Me respondo: "Não estou pronto". 
     Aprendi que o Evangelho nos exige muito mais do que a eloquencia na pregação; nos exige renuncia de nós mesmos e uma vida de santidade, na obediência, na humildade, na integridade e principalmente na vivência da caridade. Sei também que depois da pregação meus irmãos esperam ver em mim mais que um pregador, eles querem ver em mim Jesus!
     Todos os dias cometemos muitos erros, claro que acertamos também, o problema é que os erros, mesmo sendo menores, são sempre mais notados. No fim, me conforto no questionamento de São Paulo quando diz: "Como ouvirão se não houver quem pregue?" (Rm 10, 14c).
     A propósito, depois do belíssimo ensinamento que São Paulo nos dá sobre a importância da pregação neste capítulo, é importante também notar quando ele nos remete aos capítulos 11 e 12: "Vivei em boa harmonia uns com os outros. Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisas modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos" (Rm 12, 16; ICor 13, 1 ).
     Nós pregadores precisamos orar muito, vigiar e pedir a Deus sabedoria para não repetir tanto os erros e não cair numa das ciladas do maligno: "A vaidade no púlpito".
     Peçamos a Deus que nos capacite para que saibamos lidar com os conflitos que exigem de nós pregadores muita sabedoria, disciplina, humildade e fé para vencer os obstáculos. E que após cada pregação possamos dizer a Ele e a nós mesmos: "Somos simples servos, fizemos o que devíamos fazer" (Lc 17, 10).
     Paz no púlpito do coração!

   
Antonio Alexandre (Dono do blog)
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