Discernimento. O que é isso?
Que estamos vivendo dias cada vez
mais difíceis já não é mais algo a discutir. Mas apesar de tudo, devemos buscar
meios eficazes para poder vencer novas dificuldades que surgem. Aliás, isso não é algo novo, tempos
bons e maus vivemos a milhões de anos da nossa existência, mas cada problema que surgem tem uma raiz peculiar, única, que exige
novas idéias, fórmulas, estilo e soluções mais humanitárias, se não uma
intervenção divina. Afinal, não estamos lidando apenas com expectativas
negativas, as positivas são as nossas metas, mas entre o negativo e o positivo
há um profundo abismo que precisamos conhecer e nos conscientizar: A falta de discernimento.
Você sabe o que é isso? Você usa esse dom Divino efuso do Espírito Santo? Pois
bem. Precisamos dele para decidir nossas escolhas diariamente, e quando não o
usamos; porque não sabemos ou não queremos, caímos no abismo do engano.
Para explicar o que significa
“discernimento” de uma forma mais popular e aproximada eu diria que: “é o mesmo
que dizer que nem tudo que parece ser, o é”. Ou até mesmo que: “As aparências
enganam”. Claro que não o exato significado da palavra, mas o seu resultado,
seu reflexo.
Na bíblia temos diversas demonstrações
de discernimento praticadas pelos homens e mulheres usados por Deus e seus
resultados positivos; e a falta deste dom causando tragédias irreparáveis;. No
novo testamento, Jesus e seus discípulos nos ensinam discernir com grande frequência.
conf.: Lucas 9, 52-55; 11, 27-28; Mateus 21, 12-13; 1Samuel 16,7.
A falta de discernimento cada vez
mais tem causado transtornos terríveis na nossa caminhada cristã, e isto não
está longe de nosso convívio, ao contrário, está profundamente dentro. Nas
nossas Igrejas locais, nas novas comunidades, nas congregações religiosas, etc.
A vivência de um carisma se confunde quase que totalmente com a vivência
secular, é só olhar um pouco mais de perto como vivem certas comunidades com
“Carisma Franciscano” e nos deparamos com seus missionários se ostentando em automóveis
de luxo, gozando férias e veraneios, muitos vivendo da providência com braços
cruzados como parasitas, não diferentes de uma comunidade ripe. Certa vez,
estava extremamente precisando de um aconselhamento e do Sacramento da
Reconciliação, e de manhã bem cedo procurei uma comunidade que tem referêncial
no “recolhimento e silêncio” para pedir tal ajuda. Quando lá cheguei, ao me
aproximar da capela, me deparei com a maior falácia dentro da casa deste
“mosteiro”, chamei por várias vezes e, se ali havia algum “monge”, ninguém me
ouviu, meu “discernimento” foi me dirigir ao Santíssimo Sacramento da capela e
rezar por mim e por eles também. “Discernimento” bem usado, caso contrário
teria saído pior de que quando cheguei.
Por que
jovens que se convertem e formam uma banda de rock precisam ter aparência igual
às bandas seculares? Penso que conversão significa mudança, e mudança no estilo
de vida, nas expressões físicas também, ou não? Sei que isto às vezes precisa
de tempo, mas temos bandas musicais cristãs que estão no auge de sua carreira a
anos e essas expressões não mudam, se caracterizou, então o que muda? Isso é conversão
ou conveniência?
Assim são as conseqüências da falta
de discernimento. Falamos de amor a toda hora, mas quando vivemos juntos
batemos sobre uns aos outros como as mariposas cegas nas lamparinas. Se não há
amor, também não haverá “discernimento” ou vice-versa! Aproveito a palavra da
liturgia de hoje para refutar o que precisamos mais viver: “Meus
filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade”
(Jo 3,18). Mas devemos
entender que este amor ensinado por Jesus não deve nos remeter à farsa e ao
engano.
Em fim, o que me inspirou a escrever
esse artigo foi algo que me chocou muito de perto este início de ano, que
considerei uma falta de discernimento muito grande da parte dos administradores
de uma paróquia em minha cidade. No seu calendário festivo de tal paróquia está
incluso na programação da festa em comemoração ao seu padroeiro - como se não
bastasse, entre outras tantas bandas seculares e barracas de bebidas alcoólicas
que já se tornou tradição - há uma tal “Banda Black Night” significativamente encerrando
a festa... pasmo na minha opinião, pensei: Depois de vivermos todo tempo
litúrgico do “Advento” que nos preparou maravilhosamente para receber a “Luz”
que é Jesus, e vivemos isso; ou não? Agora nos deparamos com uma exposição pública
que revela um grande contra testemunho: O convite para encerrarmos a festa com
o Black Night (Noite Escura), e porque não pensar, iniciarmos o ano.
Lamentável!
Não entendo a proposta, ou sou eu que estou errado? Não
entendo esta forma de evangelização que dá com uma mão e tira com a outra; não
entendo e jamais aceitarei a idéia de que, para “amar”, é preciso ser igual,
porque aprendi de Jesus que “O Reino dos céus pertence aos violentos e não aos
hipócritas” (Mt 11, 12). O Discernimento bem aplicado poderá não levar ao
caminho mais fácil e cômodo, mas nos levará ao certo. Peçamos sempre mais discernimento ao Espírito Santo para que possamos ser luz no meio de tanta escuridão!
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