* Vaticano oficializa excomunhão de padre Roberto Francisco Daniel, conhecido como padre Beto
A Diocese de Bauru havia recebido o comunicado no dia 14 de outubro.
De acordo com o documento divulgado,
para a decisão não cabe recurso. A excomunhão só será revista caso padre
Beto peça perdão pelos atos que culminaram com a pena. Ainda no
comunicado, a instituição pede que os fiéis não frequentem e nem
participem de possíveis “atos de cultos” realizados por ele.
“Todos os matrimônios celebrados
(assistidos), após a declaração da pena, pelo mesmo sacerdote, são
inválidos pelo próprio Direito”, informa.
Assinado pelo padre doutor Tiago
Wenceslau, juiz-instrutor para as “matérias reservadas a Sé Apostólica”,
o documento pede ainda que as pessoas rezem por padre Beto.
“Convido todos os cristãos católicos a
rezarem para que o Espírito Santo ilumine a todos, sobretudo, ao
referido sacerdote para que tenha a coragem da humildade sabendo pedir
perdão e se reconciliando com a Igreja que o acolheu e lhe concedeu o
sacerdócio ministerial”, diz o aviso oficial.
Mesmo sendo parte interessada no
processo, padre Beto informou que não teve conhecimento prévio da
decisão da Santa Sé antes da divulgação para a imprensa. Ele foi
informado da decisão pela reportagem do UOL após realizar mais um casamento em Bauru.
“Este fato é indiferente para
mim, já não tinha mais a intenção de voltar para a Igreja, fosse por
Roma ou pela Diocese”, afirmou ele.
Padre Beto afirmou que continua a ter a
sua fé, mas que agora ela não está ligada a nenhuma denominação.
Atualmente padre Beto dá aulas em uma faculdade de Bauru e tem viajado
por todo o País para ministrar palestras e para divulgar um livro
lançado recentemente.
Apesar da decisão da Santa Sé, o sacerdote afirma que o processo movido por ele na Justiça brasileira segue em andamento.
“A decisão da Santa Sé diz respeito ao
ato, mas o processo trata do desrespeito da Diocese à Constituição
brasileira que não observou o tratado entre o Vaticano e as leis do
Brasil”, afirma.
Apesar de não servir mais à Igreja
Católica, ele afirma que, por ser conhecido como padre Beto, não
pretende abandonar o título. “Tem vários padres que deixam de exercer a
função por esse ou aquele motivo, mas não deixam de o usar o ‘padre’.
Nada me impede de continuar assim”, explica.
Entenda o caso
O padre Roberto Francisco Daniel,
conhecido como padre Beto, se envolveu numa polêmica com a Igreja
Católica após declarações registradas num vídeo publicado no Youtube
chegarem ao conhecimento da Diocese de Bauru.
Na gravação, o religioso questiona
dogmas da Igreja Católica e fala com aceitação sobre assuntos como
bissexualidade e homossexualidade, além de segunda união entre os
casais.
Com a repercussão, o bispo Dom Caetano
Ferrari, da Diocese de Bauru, exigiu que padre Beto se retratasse, mas
ele preferiu pedir seu desligamento da Igreja.
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