A história da medalha milagrosa
A história da medalha milagrosa teve início na França com uma simples moça
Esta Medalha traz inúmeras mensagens e a primeira delas é atinente a
Imaculada Conceição de Maria, dogma que seria proclamado dia 8 de
dezembro de 1854, por Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus. As mãos abertas
da Medianeira de todas as graças é outra grande lição. É o resumo do
papel da Virgem Maria na história da salvação, no Evangelho. Adite-se a
cruz de Cristo nela, sacrificado pelos homens e Maria exemplo de fé ao
pé da cruz, representada pelo M de seu nome.
O coração de Jesus e de Maria a atestar o amor imenso do Salvador e
de Sua Mãe por todos os remidos. As doze estrelas lembrando a mulher do
Apocalipse (cf. Ap 12,1). Ela é aquela que deu nascimento ao corpo
humano de Cristo e à Igreja, que dá nascimento aos batizados que formam o
Corpo Místico de Jesus. Como as 12 estrelas lembram também as 12 tribos
de Israel e os doze apóstolos, a medalha milagrosa tem um aspecto
também profundamente missionário. Adite-se que no século XIX imperava
por toda parte a negação de Deus com o endeusamento da Ciência, que
pretendia responder a todas as questões religiosas e filosóficas.
A literatura da época estava impregnada de ateísmo, levando as mentes
ao irracional e ao fantástico. Além disso, quando, em 1830, ia se
instalar um regime político antirreligioso, desenvolvendo uma forma de
capitalismo liberal particularmente materialista, a Virgem então propõe
não um objeto científico, mas um objeto simples, uma medalha a falar das
realidades celestes. A difusão dessa peça se dá no momento também de
uma renovação do Catolicismo social com Frederico Ozanam e as
Conferências de São Vicente de Paulo.
Ocorria uma vitalidade da reflexão universitária e literária
católica. Tudo isso era reforçado com a medalha que mostrava a
intervenção de Deus na história não só da França, mas de todo o mundo.
O Arcebispo de Paris, a quem Catarina Labouré levou o pedido de Nossa
Senhora para que se cunhassem as medalhas, percebeu a riqueza
doutrinária que ela continha. Em 1832 houve a primeira distribuição
dessas peças por ocasião da epidemia da cólera que dizimava a capital
francesa. As primeiras 20 mil medalhas foram confeccionadas em 1830, ano
em que esta epidemia, vinda da Rússia através da Polônia, irrompeu em
Paris a 26 de março, ceifando vidas, num imenso cântico fúnebre. Num só
dia houve 861 mortes.
No total foram registradas oficialmente 18.400 mortes, porém, na
realidade, houve mais de 20 mil. As descrições da época são aterradoras:
em quatro ou cinco horas, o corpo de um homem em perfeita saúde
reduzia-se ao estado de um esqueleto.
Como se fora num abrir e fechar de olhos, jovens cheios de vida
tomavam o aspecto de velhos carcomidos, e logo depois não eram senão
cadáveres. Nos derradeiros dias de maio, a epidemia parecia recuar. Na
segunda quinzena de junho, no entanto, um novo surto da doença redobra o
pânico do povo. Mas, finalmente, no dia 30 de junho, a Casa Vachette
entrega as primeiras 1.500 medalhas, que são distribuídas pelas Filhas
da Caridade e abrem o cortejo sem fim das graças e dos milagres: Curas
maravilhosas se deram e a epidemia foi debelada.
Houve depois a conversão de Alfonso Ratisbona do Judaísmo para o
Cristianismo e ele se pôs a trabalhar para a aproximação dos
judeu-cristãos.
A Igreja falava na santa medalha, mas o povo logo a chamou de medalha
milagrosa. Quando Santa Catarina Labouré faleceu dia 31 de dezembro de
1876 já um bilhão de medalhas tinham sido distribuídas. Cumpre se lembre
sempre que a Santa Igreja chama de “sacramental” alguns objetos
abençoados pelo sacerdote, tais como: as medalhas milagrosas e de São
Bento, o escapulário de Nossa Senhora do Carmo e o terço. Não transmitem
por si mesmos a graça como os sacramentos, mas penhoram as bênçãos
divinas e ajudam os cristãos a progredir na fé, na esperança, na prática
das outras virtudes e na vida de oração.
Autor: Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho – Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos
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