A separação dos pais e a dificuldade emocional dos filhos
A separação dos pais e a dificuldade emocional dos filhos em lidar com esta nova realidade
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Isso ocorre quando os genitores têm dificuldade para trabalhar a frustração com os filhos;
os quais não são habituados a perder, a separar, a lidar com a morte,
com a mudança de hábito. Há sinais de uma superproteção que, somados à
própria angústia do casal e das situações vividas pelos adultos, geram
um terreno fértil para a insegurança e para as fantasias das crianças.
Ao não possuírem um modelo adequado para
reagir frente aos problemas da vida, as crianças, de modo geral,
tornam-se adultos bastante fragilizados, suscetíveis ao estresse e a
todas as enfermidades e dificuldades psicológicas que neles surgem. É
importante que a criança possa vivenciar esses momentos, sempre
adequados a sua faixa etária e sua maturidade, para que ela também saiba
se proteger, perceber, raciocinar sobre essas situações e não apenas
viva numa redoma, protegida de todas situações.
Como a separação afeta a saúde física e emocional das crianças?
Em meio a várias leituras sobre o tema,
extraí o seguinte conteúdo: “O estresse infantil pode estar envolvido na
origem de vários distúrbios, tanto físicos quanto psicológicos, como
comportamentos agressivos que não são representativos do comportamento
mais geral da criança, desobediência inusitada, depressão, ansiedade,
choro excessivo, enurese (não controlar urina), gagueira, dificuldade de
relacionamento ou na escola, pesadelos, insônia, birra e até mesmo o
consumo de tóxicos.
Os problemas físicos decorrentes disso podem ser asma, bronquite,
hiperatividade motora, doenças dermatológicas, obesidade (come por
ansiedade), diarreia, dores abdominais, tiques nervosos. Nenhum desses
fatores isolados podem ser interpretados como sinal de estresse; o que
deve servir como base para o diagnóstico são vários sintomas em
conjunto”.
O medo da perda é usual nas crianças de
pais separados; muitas vezes, são desconfiadas, porque temem “perder”
seu objeto de amor.
É completamente normal o medo, que toma conta do casal, de ferir os
filhos com a decisão de separar-se. Entretanto, esse sofrimento imediato
que a criança sente com a notícia é menos traumático do que a angústia
de perceber que existe algo de errado na relação dos genitores e não
estar ciente do que está efetivamente acontecendo. O mais importante com
relação a isso tudo é que seja mantida a confiança na relação entre
pais e filhos, mantendo-a o mais clara, verdadeira e respeitosa
possível. Se a criança sentir solidez no relacionamento com os pais,
poderá receber informações desagradáveis, sem que a posição destes
[pais], como ponto de referência em sua vida, seja abalada, visto que
ela [criança] é menos frágil que o adulto para conhecer a verdade. Em
compensação, situações conflitantes e incompreensíveis podem causar
grandes problemas a essa criança (cf. GIUSTI, 1987).
Elaine Ribeiro dos Santos
Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova.
Blog: temasempsicologia.wordpress.com
Twitter: @elaineribeirosp
Comentários
Postar um comentário