Jovens se empenham em ações de misericórdia, como pede o Papa
Papa propõe aos jovens, no tema da JMJ 2016, a misericórdia; muitos deles já atenderam a esse chamado e, com pequenas ações, fazem a alegria de quem sofre
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão
misericórdia.” Esse é o tema que o Papa Francisco propõe aos jovens
nessa Jornada Mundial da Juventude 2016. Um convite a praticar a
misericórdia e ser agraciado por ela.
O convite está em plena sintonia com o Ano Santo que a Igreja
católica vivencia: o Ano da Misericórdia, instituído por Francisco de 8
de dezembro de 2015 até 20 de novembro de 2016. Um período para
experimentar a misericórdia divina e levá-la àqueles que mais sofrem,
como pede o Papa.
A jovem Maria Amélia Saad tem 29 anos, é jornalista da Ordem dos
Advogados do Brasil e resolveu atender a esse chamado misericordioso. Em
meio a tantos afazeres, ela dedica parte de seu tempo aos mais
necessitados. Tudo começou em um grupo de partilha de profissionais,
dentro do Ministério “Universidades Renovadas”, da Renovação
Carismática”, em Anápolis (GO). O grupo procura fazer ações que
retribuam a Deus um pouco daquilo que os jovens conseguiram conquistar
com sua profissão e as ações sociais são vistas com grande zelo pelos
participantes.
Maria Amélia começou a acompanhar o grupo em visitas à Casa Bethânia,
local que cuida de portadores de HIV, muitas vezes abandonados pelas
famílias. As visitas acontecem, normalmente, uma vez por mês e a jovem
continua participando dos encontros mesmo após ter se mudado de cidade.
“É uma coisa tão simples, a gente vai lá para ouvi-los, levar um
lanchinho, conversar, participar da vida com eles ali. É uma coisa muito
simples, sabe”, relata.
A recompensa da misericórdia
Muito se engana quem pensa que os atendidos são os maiores
beneficiados. “Todas as vezes que eu vou lá (na Casa Bethânia), acho que
estou fazendo alguma coisa, mas não! Eu que sou tocada. Quando a gente
se deixa levar pela misericórdia de Jesus, na verdade o grande
beneficiado é a gente”.
A jovem conta ainda que, a partir do seu trabalho, já conheceu várias
realidades difíceis, como a dos presídios e centros de reinserção para
menores. Ela acredita que é preciso que cada um enxergue, dentro do seu
dia a dia uma forma de exercer a misericórdia para com aqueles que mais
precisam. Ela mesma já teve uma experiência assim.
“Nesse caso do centro de reinserção, eu fiquei me perguntando o que
eu poderia fazer. E aí eu me juntei a alguns amigos e a gente arrecadou
livros e entregou para as meninas que são menores detidas. Fiquei muito
feliz quando eu soube que todas estavam com os livros, pegando pra ler.
São iniciativas pequenas e eu acredito que você tem que deixar o seu
coração ser tocado pela misericórdia de Jesus.”
Semeadores da Alegria
Outro exemplo de juventude misericordiosa é o projeto “Semeadores da
Alegria”. Padre Maximiliano Costa é diretor espiritual do setor
juventude da arquidiocese de Goiânia (GO) e lidera o projeto em que
jovens fazem visitas a hospitais da região para levar alegria e conforto
a pessoas doentes.
A iniciativa surgiu em 2013, após apelo do Papa durante a JMJ no Rio
de Janeiro, para que os jovens fossem missionários nos locais onde vivem
e também nas “periferias existenciais”. O projeto, segundo o padre, é
um intercâmbio de missões, pois ao mesmo tempo em que leva a
misericórdia de Deus aos mais necessitados, proporciona a evangelização
dos jovens.
Como um dos frutos, padre Max cita a aproximação dos jovens da
Igreja, uma vez que muitos deles estavam afastados. “Muitos vêm ao
projeto, porque querem fazer o bem, não vieram de paróquias ou de grupos
de jovens”, relata o padre.
Ele diz que, antes, levava-se o jovem para a catequese, para os
sacramentos e, depois, eles seguiam para missão. Hoje, acontece o
contrário: uma vez engajados na missão, porque querem fazer o bem, eles
mesmos passam a buscar os sacramentos, a Igreja, e isso também é uma
forma de evangelização, observa o sacerdote.
Convite à misericórdia
Padre Max e os jovens reunidos em momento de formação / Foto: Setor Juventude da Arquidiocese de Goiânia
Padre Max vê como um “sinal profético” essa opção do Papa de propor
aos jovens o tema da misericórdia, tendo em vista um mundo atual tão
marcado pela indiferença. “Às vezes, a gente desanima – ‘ah, tão
pouquinha gente… as ações são pequenas…’ – mas se a gente vai entendendo
que a nossa ação, que seja pequena, se soma com a outra, que é pequena,
e com a outra, vai se tornando uma grande obra de misericórdia. A gente
vai muito por essa via, não deixando que o desânimo tome conta e
entendendo que o pouco que a gente faz, somado com o pouco que o outro
faz, pode se multiplicar”.
O padre conclui com uma mensagem aos jovens: “Não tenham medo de dar o
seu ‘sim’ a Cristo, buscando cada vez mais esse convite que a Igreja
nos faz, por meio do Papa Francisco, para nos envolvermos com as obras
de misericórdia. Entendam que, tomando essa decisão, os maiores
beneficiados somos nós e, ao mesmo tempo, por meio do nosso sim, temos a
possibilidade de ajudar muitas pessoas com atitudes pequenas, mas que
são capazes de fazer a diferença na vida das pessoas, levando-as a
experimentar o amor que Cristo tem por elas”.
Jéssica Marçal - Da Redação - Canção Nova
Acesse
.: Mensagem do Papa Francisco para a JMJ 2016
Comentários
Postar um comentário