O sexo como dom e presente de Deus

Foto: 65125337, kieferpix, iStock by Getty ImagesO sexo é uma consequência do amor que quer se multiplicar, procriar e gerar vida.

Estamos vivendo uma cultura de sensualidade e permissivismo, onde Deus é excluído e as pessoas fazem o que bem entendem, sem tomar consciência das consequências e da destruição que estão causando ao mundo, às famílias e ao ser humano. É uma cultura que “ataca” estritamente os jovens, aqueles que deverão formar e gerar as futuras famílias.
O sexo antes do casamento já se tornou hábito nos relacionamentos, algo “normal” para muitos casais. Mas não só hábito, muitos casais utilizam mal e abusam desse grande dom que Deus nos concedeu, sem olhar para o mistério divino que nele existe. Utilizando-me da Teologia do Corpo, de São João Paulo II, espero transmitir o belo mistério divino que existe no ato sexual. O sexo é um presente de Deus que não se pode abrir antes da data especial.
O amor é o porquê do sexo só depois do casamento. Quando a Igreja ensina que os casais devem ter relações sexuais somente depois do matrimônio, é porque ela quer proteger o amor. O sexo, principalmente na adolescência, pode ser uma forte máscara para um falso amor. Será que realmente é amor fazer sexo antes do casamento ou é somente um pretexto para satisfazer os meus desejos e impulsos sexuais? Amar não é somente fazer sexo, mas doar-se nas pequenas coisas; o sexo é uma consequência do amor que quer se multiplicar, procriar e gerar vida.
A disposição para amar o outro não deve ser a relação sexual, mas a entrega total, diária e recíproca ao outro em Deus. Amar vem primeiro, sexo vem depois (matrimônio) e sempre ligado ao amor. É isso que a Igreja, com o seus ensinamentos, quer transmitir, é a proposta que a Igreja faz aos jovens.
Então, por que falar do sexo como um presente? Bem, o Youcat nos diz que “uma pessoa não pode doar nada maior à outra do que a si mesma”. São João Paulo II, quando fala do corpo como “sacramento”, quer dizer que “se trata de um sinal que torna visível o mistério invisível de Deus”. Portanto, a entrega do corpo à outra pessoa expressa totalmente uma autoentrega, ou seja, ela se entrega como presente especial.
No relacionamento rumo ao matrimônio, existem etapas que o casal deve seguir, e não as pode queimar. Não podem estragar a surpresa da entrega do presente. O namoro não é tempo de conhecer o corpo da outra pessoa, mas de conhecer a alma. É tempo de pensar em casar e não viver como “casado”. Mais adiante vem o noivado, um tempo de querer firmar um compromisso sério, de querer casar. A outra etapa é o sacramento do matrimônio, tempo de unir-se inteiramente à outra pessoa perante Deus e a Igreja, ser uma só carne.
“a relação sexual tem uma linguagem que proclama: ‘Eu sou totalmente teu até a morte. Eu te pertenço e tu me pertences até que a morte nos separe'”
Um dia, perguntaram a um estudante por que ele ainda não tinha estado na cama com uma jovem. Ele respondeu: “Ainda não sei com quem um dia casarei. Mas não quero trair já, neste momento, a minha futura esposa”. Veja a expressão de amor que esse estudante nos transmite: ele ama sua futura esposa mesmo sem ainda a conhecer; por isso, busca ser fiel desde já. Muitas coisas acontecem sem discernimento e sem espera; muitos jovens vivem infelizes ou enganados em seus relacionamentos.
A relação sexual não é divina, mas sinal do mistério divino da Trindade. É interessante e, ao mesmo tempo, muito belo quando São João Paulo II fala da sacramentalidade do corpo, na qual se expressa, também, no ato conjugal dos casais: “Nos sacramentos, o espírito e a matéria ‘beijam-se’. O Céu e a Terra abraçam-se numa união que nunca chegará ao fim”. Assim também acontece na relação entre o homem e a mulher que se entregam, sua alma e corpo se “beijam” numa união tão profunda que nunca chegará ao fim. Por isso, a relação sexual é um momento sagrado; e fazê-la antes do casamento é violar a sacralidade do grande mistério desse ato de entrega.
Por fim, a relação sexual tem uma “linguagem” que proclama: “Eu sou totalmente teu até a morte. Eu te pertenço e tu me pertences até que a morte nos separe”. Isso é declarar um amor forte como a morte, é alcançar o auge do verdadeiro amor pela outra pessoa. Esperar pelo sexo depois do casamento é expressão de respeito, amor e humildade; é a verdadeira prova de amor. Jovens, lutem pelo que permanece e não pelo que se esvazia em algumas horas de prazer antes do casamento.

Por Francisco Iury Nascimento

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