Humano demais!


A nossa vida é muito passageira. Sabemos que não fomos criados apenas para esta vida. Embora nossa busca deva ser vivê-la o melhor possível e com toda intensidade, e este é também um desejo de Deus; que todos tenham vida e vida em ambulância (Jo 10, 10b); não conseguiremos sem sua indispensável ajuda, e é disto que eu quero partilhar aqui. Será que nesta grande busca da felicidade junto de Deus não estamos esquecendo simplesmente de viver a vida? Será que muitas vezes bitolados a entender tudo de Deus, o que é certo, o que é pecado, ou o que não é, não estamos simplesmente – como diz nosso irmão em Cristo Hamilton Apolônio Filho (Com. Boa Nova) -  esquecendo de ser “gente”?
Deus nos criou humanos, não somos anjos, e nunca vamos ser. Fomos criados por Deus para “sermos exclusivamente humanos”; que precisa de pão e água, de ajuda, de abraço, de amigo. Que sente alegria, dor e tristeza. Que sente saudade, que decepciona e se decepciona. Somos frágeis e fortes, e somos fortes quando nos sentimos fracos (2Cor 12, 10b; 1Jo 1, 9), porque somos humanos demais.

Particularmente quero muitas vezes pensar como o memorável compositor Raul Seixas que dizia: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Outra frase me encanta na música do grande filósofo, cantor e compositor Padre Zezinho que diz numa de suas músicas: “Às vezes quem duvida e faz perguntas é muito mais honesto do que eu”.
Hoje eu não consigo mais conviver com Deus sem saber conviver o melhor possível com meus irmãos. Me cobro isso constantemente apesar de minhas falhas, e se não tenho tão êxito quanto aspiro, ao menos quero viver com eles o melhor que eu puder, e apesar de falhar tanto em amar como Jesus nos ensinou; quero ao menos sorrir com eles, “bater um papo legal” sem tabus, sem censurar. Quero passear com eles, comer um lanche com eles, mostrar a eles que tenho muitos defeitos, que preciso de ajuda e que também quero ajudar. Quero ir a festa deles sem me importar com o que vou vestir, com o que eles vestem, nem com quem vai estar lá, ou o que outros vão pensar, e se beber alguma bebida alcoólica quero só lembrar que não devo me embriagar. Não quero ser diferente, quero ser “gente” como você.
Eu sinto muito que haja ainda muitos dos meus irmãos que não concordam com a minha opinião. Os respeito e espero que me respeitem também, mas atualmente o meu jeito de ser de Deus, é assim: humano demais. Foi Jesus que me ensinou ser assim quando foi à festa em Canã da Galileia, quando chorou diante do velório do filho da viúva de Naim, quando perdeu a postura no templo e expulsou todos a chicote.
Será que querendo ser santos não estamos atropelando nosso “Ser”, e atrapalhando outros a escolher? Também não sei, o que sei é que hoje vivo uma grande descoberta: quero ser de Deus sem deixar de “ser” eu mesmo; humano demais!
Minha homenagem à célula Resgate Bezerros:Tarciana Tenorio, José Edinaldo e Erivan Joventino.


Antonio Alexandre – Dono deste Blog 




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