Humano demais!


Deus nos criou humanos, não somos anjos, e nunca
vamos ser. Fomos criados por Deus para “sermos exclusivamente humanos”; que
precisa de pão e água, de ajuda, de abraço, de amigo. Que sente alegria, dor e
tristeza. Que sente saudade, que decepciona e se decepciona. Somos frágeis e
fortes, e somos fortes quando nos sentimos fracos (2Cor 12, 10b; 1Jo 1, 9), porque somos
humanos demais.
Particularmente quero muitas vezes pensar como o memorável compositor Raul Seixas que dizia: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Outra frase me encanta na música do grande filósofo, cantor e compositor Padre Zezinho que diz numa de suas músicas: “Às vezes quem duvida e faz perguntas é muito mais honesto do que eu”.
Hoje eu não consigo mais conviver com Deus sem saber conviver o
melhor possível com meus irmãos. Me cobro isso constantemente apesar de minhas
falhas, e se não tenho tão êxito quanto aspiro, ao menos quero viver com eles o
melhor que eu puder, e apesar de falhar tanto em amar como Jesus nos ensinou;
quero ao menos sorrir com eles, “bater um papo legal” sem tabus, sem censurar.
Quero passear com eles, comer um lanche com eles, mostrar a eles que tenho
muitos defeitos, que preciso de ajuda e que também quero ajudar. Quero ir a
festa deles sem me importar com o que vou vestir, com o que eles vestem, nem com quem vai estar lá, ou o que outros
vão pensar, e se beber alguma bebida alcoólica quero só lembrar que não devo me
embriagar. Não quero ser diferente, quero ser “gente” como você.
Eu sinto muito que haja ainda muitos dos meus irmãos que não
concordam com a minha opinião. Os respeito e espero que me respeitem também,
mas atualmente o meu jeito de ser de Deus, é assim: humano demais. Foi Jesus
que me ensinou ser assim quando foi à festa em Canã da Galileia, quando chorou
diante do velório do filho da viúva de Naim, quando perdeu a postura no templo
e expulsou todos a chicote.
Será que querendo ser santos não estamos atropelando nosso “Ser”,
e atrapalhando outros a escolher? Também não sei, o que sei é que hoje vivo uma
grande descoberta: quero ser de Deus sem deixar de “ser” eu mesmo; humano
demais!
Antonio Alexandre – Dono deste Blog
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