Vício em eletrônicos pode desenvolver patologias
As pessoas estão se tornando dependentes das tecnologias, o que pode ocasionar em vícios eletrênicos
Esta tem sido a pergunta de muitos estudiosos, saber quais são as
influências e para bem dizer, os malefícios que este vício pode causar,
assim como sua forma de tratamento.
Muito já se falou dos jogos, mas agora gostaria de levantar os
questionamentos acerca dos meios de comunicação virtual. Pode se dizer
que nunca foi tão fácil acessar a internet como atualmente, são poucos
os lugares que não é possível se conectar. E quando isto não acontece, o
caos está instalado. Quem nunca ouviu uma pessoa dizer, “aqui não tem
nada para fazer, não tem nem internet!” ou “aqui tem Wi-Fi? Qual a
senha?”
Atendimento psicológico
Partindo do princípio que tudo que está em exagero pode se tornar uma
doença, poderíamos dizer então que o excesso de tempo envolvido com
tais eletrônicos é uma patologia e que para isto já existem clínicas de
recuperação nos grandes centros. Já se imaginou internado em uma clínica
de recuperação por não conseguir se controlar com uso destes meios?
Ainda não se trata de uma realidade comum tais internações, no entanto, o
número de pessoas atendidas em consultórios psicológicos sim.
As pessoas não chegam nos consultórios dizendo que possuem
dependência de internet, jogo patológico ou nomofobia (“no mobile
fobia”, ou “fobia de ficar sem celular”), eles chegam se queixando das
consequências de tais patologias, que são a baixa autoestima, distúrbios
de humor, depressão, fobias e irritabilidade.
Normalmente estes comportamentos dificultam as relações sociais
feitas na vida real, sendo então um “refúgio” para aqueles que são
retraídos, tímidos, inseguros, complexados, pois neste mundo imaginário,
posso me refugiar, distrair, ser quem eu desejo ser, porque hoje é
muito comum criar um fake (pessoa imaginária) e fazer tudo aquilo que
gostaria de fazer e não “consigo”.
Distúrbios atencionais
No entanto não são apenas alterações emocionais que podem gerar estas
dependências. Estudiosos da mente humana, tem buscado estudar quais
implicações neurológicas estas dependências tem causado. A princípio, o
que pode se dizer é que estes tais excessos podem causar distúrbios
atencionais.
Uma vez que durante as atividades virtuais sejam elas jogos,
trabalho, estudo, lazer, dentre outros, estimula-se mais o campo da
atenção alternada (alternância do foco entre mais de um estímulo para
captar cada uma das atividades em separado, eficazmente), com isso gero
em meu cérebro uma necessidade de receber constantemente este estímulo.
Em contrapartida, o campo da atenção concentrada (capacidade de
desconectar-se de um campo mais amplo de atração, seja visual ou
auditivo, a fim de isolar-se ou focar-se em um número reduzido de
estímulos). Um outro tipo de atenção humana, não menos inferior que a
atenção alternada fica “atrofiada”, pois não tem recebido estímulo
suficiente. Este desequilíbrio prejudica diretamente o processo de
aprendizagem e memória do ser humano, uma vez que auxilia a transição de
informações novas da área da memória de trabalho para a memória de
longo prazo.
Contudo, se você acha que não depende tanto da internet para se
relacionar, se distrair e se manter informado (jornais impressos e
televisionados também oferecem informações), lanço um desafio: Desligue
sua internet por um período do dia, observe suas reações e veja até onde
você depende emocionalmente desta ferramenta.
Aline Rodrigues
Aline Rodrigues é psicóloga há 10 anos, pós-graduada em Psicanálise
Aplicada à Saúde Mental com formação em transtornos alimentares e MBA em
gestão de pessoas. Lecionou durante sete anos na Faculdade Pitágoras e
está cursando pós-graduação em Terapia Cognitiva Comportamental. Aline é
missionária do segundo elo da Comunidade Canção Nova.
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