Como superar as tristezas
Essa é uma receita espiritual para quem quer vencer em Deus todas as
suas tristezas: não guardá-las consigo, entregar todas a Deus.
Se você quer ser feliz, então, proíba a si mesmo de cultivar a tristeza. Não se mostre de rosto triste e mal-humorado.
Olhe para trás e veja quantos sofrem mais do que você, seja com
câncer, numa cadeira de rodas ou num leito de hospital. Mude já esse
rosto triste e cultive a alegria, pois ela espalha bênçãos e contagia os
outros. Alimentar tristezas é criar um clima de intranquilidade que
gera enfermidade.
Seja feliz, porque muitos precisam de você para viver, muitos esperam
o seu sorriso e precisam se contagiar com a sua alegria. Lembre-se:
viver é um privilégio, por isso você precisa cultivar, diariamente, a
planta preciosa da alegria. Você tem o direito de chorar, mas mesmo
entre lágrimas nunca tem o direito de renunciar à alegria. Sorria, pois o
sorriso é o idioma do amor universal: até as crianças o compreendem.
Confúcio disse: “Quando você nasceu, todos sorriam, só você chorava.
Faze por viver de tal modo que, à hora de sua morte, todos chorem, só
você sorria””.
Aconteça o que acontecer, viva alegre. A alegria dissipa as nuvens
mais negras. Para isso é preciso cuidar dos pensamentos; pois a nossa
felicidade depende da índole dos nossos pensamentos. Quem souber dominar seus pensamentos saberá governar a sua vida.
É saudável saber que nada é estável nas coisas humanas; portanto, é
preciso evitar tanto a euforia na prosperidade quanto a depressão na
adversidade. A imaginação é a alma da tristeza ou da alegria; ela
precisa ser dominada; saiba que é mais fácil reprimir a primeira
fantasia do que todas aquelas que a seguem.
O pensar bem é causa de saúde e de felicidade; muitas vezes, o
contentamento torna os pobres ricos; o descontentamento torna os ricos
pobres. Você sabe que “quem ama o feio, bonito lhe parece? Tristezas não
pagam dívidas, portanto, de nada vale alimentá-las. Não se pode também
ficar remoendo os tristes acontecimentos do passado, pois sabemos
que “águas passadas não movem moinhos”. Como dizem os ingleses: “não
adianta chorar sobre o leite derramado”; é melhor ir logo em busca de
outro.
Com um rosto sorridente, o homem duplica as capacidades que possui.
Um coração alegre faz tanto bem quanto os remédios. O povo diz
sabiamente que quem canta seus males espanta. Quando você mergulha na
tristeza, não consegue subir um degrau; mas se você se firma na alegria,
consegue galgar montanhas.
Acho que você já ouviu a história daquele rapaz que andava triste,
porque não tinha sapatos, até que encontrou alguém que não tinha os pés.
Ele estancou suas lágrimas no mesmo instante. Certamente, muitos estão
em situação pior do que a nossa. O melhor remédio para a própria
tristeza é procurar com presteza consolar a tristeza dos outros. Nada
seca tão depressa nossas lágrimas do que enxugarmos a lágrima alheia. A
caridade produz alegria; todas as pessoas e grupos que fazem o bem aos
outros são alegres.
É fundamental manter o bom humor, pois ele é, em primeiro lugar, o
melhor promotor da saúde. Um sorriso custa bem menos que a eletricidade e
dá mais claridade. A alegria não está nas coisas, mas em nós, e ela é
para o corpo humano o mesmo que o sol é para as plantas. Quem está
contente jamais será arruinado. A vida não aprecia aqueles que se lamentam; ela os coloca de lado. Ela ama aqueles que a amam.
Nas horas difíceis ou constrangedoras, saiba vencer a tristeza e o
mau humor com uma brincadeira saudável, sem ofender aos outros. Certa
vez, o Papa João XXIII fez uma visita a uma paróquia de Roma; ao passar
pelo povo, ouviu uma senhora dizer para outra: “Nossa, como ele é
gordo!”. O Papa ouviu, virou-se para a mulher e disse sorrindo: “Minha
senhora, o Conclave não é um concurso de beleza!”. E continuou a
caminhada.
Um casal viajava com os filhos; de repente, a esposa começou a se
queixar para o marido: “Você não me abraça mais, não me faz mais aqueles
carinhos gostosos que fazia quando a gente viajava junto…”” E foi
reclamando. Muito tranquilo e sem se ofender, o marido virou para ela e
disse: “”Meu bem, naquele tempo a gente não viajava de Kombi com cinco
crianças brigando nos bancos de trás!”.” E foi só risada! Saiba
transformar um momento de tensão num momento de descontração brincando.
A lamentação é uma das coisas mais tristes do relacionamento humano. Nada
resolve e cria um clima de pessimismo, de acusação, tristeza e
amargura. Estamos acostumados a reclamar das coisas que nos aborrecem,
mas não vemos o lado bom que também existe em nossa vida.
Não fique se queixando tanto dos impostos que você paga, isso
significa que você tem emprego ou bens. Não posso reclamar da confusão
que eu tenho de limpar após uma festa, pois isso significa que estive
rodeado de amigos. Da mesma forma, não devo reclamar das paredes que
precisam ser pintadas, da lâmpada que precisa ser trocada, porque isso
significa que tenho minha moradia. Assim como não devo me lamentar
porque eu não achei um lugar para estacionar o carro, pois isso
significa que, além de ter a felicidade de poder andar, tenho um carro
que muitos não têm.
Não reclame da senhora que canta desafinado atrás de você, ao menos
isso significa que você pode ouvir. Não reclame do cansaço e dos
músculos doloridos que você sente ao fim do dia, porque isso significa
que você tem saúde para trabalhar. E assim, eu e você poderíamos
multiplicar esses exemplos.
Por mais difícil que esteja sua situação, tente sorrir, você verá que
será mais fácil passar por mais essa prova. Se não resolver seu
problema, agradeça a Deus por eles e peça coragem para enfrentá-los com
dignidade. Não estrague o seu dia. A sua irritação não solucionará
problema algum. As suas contrariedades não alteram a natureza das
coisas; assim como seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o
tempo consegue realizar. O seu mau humor não modifica a vida, a sua
tristeza não ilumina os caminhos. O seu desânimo não edifica ninguém e
as suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos
outros um só grama de simpatia por você.
Se você acordou nesta manhã com mais saúde do que doença, você é mais
abençoado do que um milhão que não sobreviverão nesta semana. Quantos
por este mundo estão enfrentando os perigos das guerras, o horror das
bombas, a solidão de uma prisão ou as aflições da fome! Quantos não
podem frequentar uma igreja sem o medo de molestamento, de prisão,
tortura, ou morte! Quantos não têm comida em casa, roupas, uma casa para
morar… Tudo isso faz a gente concluir que é uma grande blasfêmia ficar
reclamando da vida e da própria sorte.
“O que perturba os homens não são as coisas que acontecem, mas sim a opinião que eles têm delas”, disse Demócrito (461-361 a.C).
Uma pedra pode ser vista de muitas maneiras: O distraído nela tropeçou.
O bruto a usou como projétil. O empreendedor, usando-a, construiu. O
camponês, cansado, dela fez assento. Para meninos, foi brinquedo.
Drummond a poetizou. Já David matou Golias. Michelangelo extraiu-lhe a
mais bela escultura. E em todos esses casos, a diferença não esteve na
pedra, mas no homem! Não existe “pedra” no seu caminho que você não
possa aproveitá-la para o seu próprio crescimento.
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