Carnaval é prazer e alegria?
O início do carnaval traz a busca frenética pelo prazer e pela alegria
Diferença entre satisfação do corpo e da alma
O mundo, no entanto, confunde alegria com
prazer, quando, na verdade, não são a mesma coisa. Prazer é a satisfação
do corpo; alegria é a satisfação da alma. Há prazeres justos e até
necessários, como o sabor que Deus colocou nos alimentos, o prazer do
ato sexual do casal unido pelo matrimônio. Mas há também prazeres
injustos, por isso pecaminosos, quando se busca a satisfação do corpo
apenas como um fim: a bebida, o sexo fora ou antes do casamento, as
drogas, as aventuras que põem a vida em risco etc.
Isso acontece quando se abusa da liberdade e
se usa mal as coisas boas. Isso tem nome: libertinagem. Por exemplo,
pode ser um gesto de alegria beber um copo de vinho com os amigos, mas
pode se tornar um gesto de prazer desordenado se houver o abuso da
bebida e se chegar à embriaguez. O mal quase sempre é o uso mau, o abuso
das coisas boas. Quantos crimes e acidentes acontecem por causa dessas
libertinagens!
Está chegando mais um carnaval, tempo
que para muitos se transformou em liberação de todos os instintos,
busca frenética da “alegria” e do prazer. Mas o prazer ilícito, quando
passa, deixa gosto de morte. A distorção da alegria nessa festa pode se
transformar em sofrimento para a própria pessoa e para os outros, porque
sabemos que “o salário do pecado é a morte” (cf. Rm 6,23).
Não pense que você pode ser feliz no
pecado, porque isso é ilusão. A tentação nos oferece o pecado, assim
como uma maçã caramelada, mas envenenada. É mais ou menos como o
terrível anzol que o peixe abocanha, porque está escondido dentro da
isca. Depois de abocanhar a isca, de sentir o “prazer” rápido que ela
lhe dá, o peixe sente o gosto da morte no anzol que o fisga.
Vítimas dos prazeres do carnaval
O mesmo acontece com quem se entrega, no
carnaval, aos prazeres da carne como o sexo a qualquer custo, a prática
da homossexualidade, o uso das drogas, o abuso da bebida e os gestos de
violência. O que tudo isso gera depois? Sabor de morte. Depois que
rapidamente tudo isso passa, vem o vazio e a tristeza.
Temos visto um espetáculo deprimente nos
últimos carnavais: as próprias autoridades, querendo impedir a Aids,
acabam fomentando o pecado. Os governos da união e dos estados
distribuem amplamente a famigerada “camisinha” para que os foliões
brinquem, gozem, mas sem o perigo de se contaminarem. Preserva-se o
corpo, mas se mata a alma; defende-se o prazer e a orgia, mas se afunda a
moral, lança-se o povo nos antigos bacanais gregos. Ora, o correto é
ensinar os jovens a viver o sexo no lugar certo, no casamento, e não os
estimular fora de hora.
Será que não temos algo melhor para dar aos
nossos jovens e a nosso povo? Quantas crianças são geradas nas relações
sexuais que acontecem nos carnavais! O que acontece depois? Algumas
dessas podem ser abortadas; outras se tornam filhos de uma mãe que vai
criar e educar o filho sozinha. Isso não é justo, porque toda criança
que vem a este mundo tem o direito de ter um pai, uma mãe, de um lar, de
ser amada e desejada; e não ser apenas o fruto de uma transa
tresloucada.
O mal é o abuso daquilo que é bom. Se nós
abusamos do bem, da comida, da bebida, do sexo fora do casamento, tudo
isso se tornará um mal e trará consequências negativas; isso não é uma
alegria autêntica. O sexo é lindo dentro do plano de Deus, mas se o
tirarmos de dentro do plano divino, ele poderá ser causa de tristeza,
adultério e doenças.
Caminho da morte e da vida
No pecado, encontramos o caminho da morte;
na virtude, encontramos o caminho da paz. Nossa vida é consequência de
nossas escolhas e nossos atos. São Paulo disse claramente aos gálatas:
“Não erreis, de Deus não se zomba; porque tudo o que o homem semear,
isso também colherá. O que semeia na sua carne, da carne ceifará a
corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida
eterna” (Gl 6,8).
Quem faz do período carnavalesco uma
oportunidade de extravasar os baixos instintos, colherá, sem dúvida, a
tristeza depois. Quem dele se aproveitar para fazer o bem, colherá a
alegria. Há um ditado popular que diz assim: “Fazer o bem sem olhar a
quem”. A verdadeira alegria nasce de fazer o bem. Quanto mais bem você o
faz às pessoas, mais será feliz.
O pecado é perfumado e se apresenta a você
na hora da sua fragilidade. Cuidado! Santo Agostinho afirmava: “A sua
tristeza são os seus pecados. Deixe que a santidade seja sua alegria”.
Eu lhe dou a receita: vigie e ore. Os pecados entram pelas janelas da
alma, que são os sentidos. Então, feche seus olhos, sua boca e suas mãos
se você sabe que, por meio deles, pode chegar ao pecado.
Os dias de carnaval nos oferecem grandes
oportunidades para pecar, tanto nas ruas como na televisão, na internet e
nos clubes. Mas não é nisso que reside a verdadeira alegria, esta pode
ser encontrada no convívio saudável do lar com os filhos, na igreja, na
leitura de bons livros e da Palavra de Deus, num tempo mais dedicado à
oração, no ouvir uma boa pregação, num gesto de caridade a uma pessoa
que precisa de você.
Professor Felipe Aquino
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